domingo, 16 de novembro de 2008

Ao ritmo do Serviço, e a dança no Court

Adolfo não sei se te lembras da música que ensinavas no Boavista, no compasso de espera no encadeamento de movimentos, no 123 no serviço, na dança do reposicionamento/recuperação ao ponto de não comprometimento, eu acho que isto tudo compreendi bem na altura e não vi nem vejo ninguém fazer em mais lado nenhum, pratiquei e aplico no meu filho, não me ponho a querer influenciar se ele joga à Nadal ou à Murray ou à Federer, à Espanhola ou lá ao que seja, tento pelo que aprendi ver se detecto maus caminhos, que o podem vir a limitar e depois, espero que ele consiga subir alguns degraus da escada, e que se possível faça mais do que eu fiz no Ténis. Tudo que vier para além disso é Laura Fabian, Génio, Talento, neste caso nem sei se é uma coisa ou outra. Quanto á música do Ténis, nunca me esqueço e isso é uma espécie de mania de ouvir o ritmo de troca de bolas e isso fica-me gravado. Em Portugal tem de se trabalhar muito nesse ponto, porque a "batida" de um 700 do mundo francês, que é o que anda por aí nos circuitos e a de um português que entra nesses circuitos é muito diferente, basta assistir a um treino durante esses circuitos para ver isso. Os treinos em Portugal estão muito presos à ideia da correcção técnica exagerada e longe da repetição e obrigação de aguentar a bola a um ritmo determinado e da escolha de diferentes "mudanças", e ângulos para surpreender o adversário. O que se vê é muito bons jogadores com direitas e esquerdas com velocidade, mas não têm variação. Se a base estivesse lá, bola funda e comprida ou curta e angulada, a diferentes velocidades, depois era fácil de surpreender, com uma aceleração. Estar sempre a dar tudo torna isso impossível de fazer. Chamar a atenção para o ritmo no ténis para mim é importante. Reparar no som quando se joga, no local para onde um jogador olha quando se prepara para executar um movimento, no modo como com 10 anos constrói uma jogada, não me interessando minimamente se ganha ou se perde. Por último o mais importante de tudo, em Portugal não se sabe servir e ainda não se compreendeu que o Serviço é metade se não for mais, do jogo. Eu diria que neste momento no Ténis, mais do que nunca, quem tem serviço tem tudo quem não tem não tem nada. Posso ter alguma pena que seja assim, mas é a realidade, pelo menos até se pertencer aos 20 melhores do mundo, em que por serem tão bons em tudo, tudo se equilibra.Dito isto, quem é que faz um treino como deve ser de serviço em Portugal ? Teria que se treinar pelo menos umas boas 10 horas de serviço por semana, com ginásio e análise de Vídeo etc...
Com isto termino. Um abraço a todos.